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Data de publicação 18/05/2020 - 20:52 Atualizado em 19/05/2020 - 10:39 363 visualizações

Inquérito populacional da Covid-19 em Bagé apresenta primeiros resultados

Por Aline Reinhardt da Silveira

Para cada caso confirmado, há outros dez casos não confirmados de pessoas que tiveram coronavírus em Bagé. Essa é a estimativa obtida pelo inquérito populacional inédito da Covid-19 realizado pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em parceria com a Prefeitura Municipal e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

O relatório dos resultados parciais refere-se à primeira rodada de coleta de dados do inquérito, realizada em 8 e 9 de maio. “O estudo reflete o número de pessoas que apresentaram anticorpos para o vírus, o que indica que houve exposição sem necessariamente ter ocorrido sinais clínicos”, explica uma das docentes da Unipampa envolvidas na pesquisa, Débora Pellegrini. O documento ressalta que, .“como dados preliminares, pede-se cautela na interpretação, visto que a digitação e revisão dos dados ainda está em andamento. Entretanto, espera-se que esses resultados parciais possam auxiliar a gestão de saúde do município a tomar as melhores decisões no combate à pandemia”.  

Foram entrevistados e testados 394 indivíduos, grupo no qual apenas um apresentou resultado positivo, ou seja, havia sido infectado previamente pelo SARS-CoV-2. O resultado indica uma prevalência de contaminação de 0,3% (com margem de erro de 0,03% a 1,9%). “Isso significa que para o total de 121 mil habitantes de Bagé, há uma estimativa de que em torno de 363 indivíduos já tenham sido infectados pelos SARS-CoV-2 na cidade, cerca de dez vezes mais do que os números oficiais”, que eram de 35 casos confirmados até dia 16 de maio. “Esses 35 casos são pessoas que tiveram confirmação laboratorial por testes moleculares que detectou o vírus e que apresentaram sinais clínicos sugestivos”, explica Pellegrini.

Conforme o documento, “é interessante ressaltar aqui que o cenário observado em Bagé é muito semelhante ao verificado na terceira rodada do estudo EPICOVID19-RS”, estudo estadual que serve de modelo ao inquérito desenvolvido em Bagé, e que agora é replicado em âmbito nacional.

“Por fim, é importante salientar que o teste realizado neste inquérito detecta indivíduos que possuem anticorpos para a COVID-19, ou seja, tendo em vista que um indivíduo contaminado pelo SARS-CoV-2 pode levar até 14 dias para desenvolver os anticorpos, os dados se referem à contaminação duas semanas antes da coleta de dados, que ocorreu entre os dia 08 e 09 de maio”, destaca o relatório.

Confira o documento na íntegra