Trazemos até você, a segunda edição revisada e ampliada, do livro “Os Calhambolas do General Manoel Padeiro: práticas quilombolas na Serra dos Tapes (RS, Pelotas, 1835)” de autoria de Paulo Roberto Staudt Moreira, Natália Garcia Pinto e Caiuá Cardoso Al-Alam. Esta nova versão, pode ser encontrada em formato de livro impresso, mas também em e-book, que pode ser baixado no site da Editora Oikos gratuitamente (http://oikoseditora.com.br/obra/index/id/1092).
Algumas novidades, como a reestruturação do texto, a incorporação de outras narrativas dando seguimento à trajetória de Tereza Cunha, inclusão de mapa e reflexões pedagógicas, buscaram trazer aos leitores e leitoras outras possibilidades de análise daquela experiência do século XIX. Leia, baixe o e-book gratuitamente e compartilhe!
Desejamos que esta nova edição possa contribuir para reflexões sobre a história e cultura afro-brasileira, para um conhecimento mais aprofundado das experiências da comunidade negra em Pelotas e região, e que seja um instrumento importante para educadores e educadoras em suas atividades pedagógicas.
“Nos arredores das maiores charqueadas de Pelotas, no lugar denominado Boa Vista, funcionou por 12 anos a venda de propriedade dos africanos forros Simão e Tereza. Era lá naquela tasca que os quilombolas governados pelo General Manuel Padeiro se abasteciam de melado, cachaça, fumo, sabão, pão, pólvora, chumbo, facas e certamente de novidades sobre os que os perseguiam. Transcorria o ano de 1835, a administração pública de Pelotas recém estava sendo gestada e a fumaça da guerra civil farroupilha ainda não havia subido aos ares. Os vereadores daquela jovem Câmara Municipal mal haviam tomado posse e já estavam às voltas com um incêndio que se alastrava pela Serra dos Tapes. Eram os calhambolas do General Padeiro, do Juiz de Paz João e dos Pais Mateus, Francisco e Simão, além dos moçambicanos Alexandre, Francisco e Benedito, do catarinense Mariano, do mulato Antônio, dos pretos da Costa João e Manoel, da preta Roza, escravizados e escravizadas fugidos que reunidos pilhavam chácaras e fazendas e carregavam outros cativos e cativas com eles para engrossar o seu grupo, espraiando o medo pela região e planejando, quem sabe, invadir Pelotas.” (trecho da contracapa, feito pel@s utor@s)
“Com a generosidade intelectual de pesquisadores incansáveis, os autores convidam os leitores para irem direto à documentação transcrita neste volume, para só depois voltar na introdução que apresentam. Na verdade, mais do que uma perspectiva estilística, tal proposta funciona como uma ferramenta metodológica em história social, possibilitando aos leitores e interessados o cotejamento das fontes e os recortes analíticos propostos pelos historiadores. Mais do que organizar uma história (ou várias delas) numa narrativa eloquente, é possível – numa arqueologia textual – acompanhar os percursos da reflexão dos historiadores sobre tais quilombos e seus agentes. O que chamam de “especulações” sobre eventos e personagens, são instigantes análises. Mergulhamos em faces da escravidão africana atlântica e dos quilombos que circundavam a Serra do Tapes. Conhecemos sua cartografia social, suas dimensões africanas reinventadas, conexões mercantis e formatações culturais. Mais e outros territórios da liberdade e escravidão aparecem esquadrinhados.”
Flávio dos Santos Gomes
Doutor em História Social pela Unicamp, Professor dos programas de pós-graduação em Arqueologia (Museu Nacional/UFRJ), História Comparada (UFRJ) e História (UFBA)
“A generosidade de partilhar a transcrição dos documentos, a sensibilidade, o rigor científico na análise minuciosa dos acontecimentos e o diálogo com a Lei 10.639/03 a partir da disponibilização de exercícios didáticos pedagógicos sobre temáticas apresentadas no texto, são um convite à leitura. Afinal a obra é uma importante contribuição para o estudo da escravidão, das resistências negras, das territorialidades, do protagonismo negro, das relações de gênero, das heranças africanas nas culturas e identidades sul riograndenses e ainda fortalece a luta pelo direito às terras dos remanescentes quilombolas na atualidade. ”
Claudia Daiane Garcia Molet
Doutora em História (UFRGS), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Ganhadora do Prêmio CAPES de Tese, na área de História, no ano de 2019.
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