A primeira palestra da tarde desta terça-feira, 4, no 17º Salão de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), teve como tema “La elaboración conceptual de un acuífero subcontinental: el Sistema Acuífero Guaraní”. O painel contou com a participação do geógrafo uruguaio, Danilo Antón e da geógrafa e agrônoma, Ana Inés Antón Piquero, do Ministério do Meio Ambiente do Uruguai. A mediação foi conduzida pela técnica-administrativa em educação da Unipampa, Cláudia Garrido, e pela professora da instituição, Maria Alejandra Liendo.

O Aquífero Guarani foi o nome que, em 1996, por Antón propôs para denominar um imenso aquífero que abrange partes dos territórios de Uruguai, Argentina, Paraguai e principalmente Brasil, ocupando 1.200.000 km². Na ocasião, ele chegou a ser considerado o maior do mundo, capaz de abastecer a população brasileira por 2.500 anos, após estudos comprovaram que ele é realmente extenso, porém não constitui o maior.

Os pesquisadores destacaram que, embora o aquífero esteja em grande parte protegido por camadas de basalto, existem regiões de maior vulnerabilidade, especialmente nas áreas onde a água subterrânea se aproxima da superfície, como em Santana do Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguai). Nesses pontos, o risco de contaminação é mais elevado, sobretudo pelo uso de agrotóxicos em zonas rurais.

Segundo Antón, nem toda a água do Sistema Aquífero Guarani é potável, há áreas, como na Argentina, onde a salinidade é mais alta. Por isso, o geógrafo reforçou a importância de monitorar a qualidade da água e adotar práticas sustentáveis de uso do solo, a fim de evitar impactos irreversíveis.

A palestra integrou a programação do segundo dia do 17º Siepe, que segue até sexta-feira, com atividades distribuídas entre mesas-redondas, mostras de pesquisa e apresentações culturais.