O primeiro dia do Fórum Desenvolve Pampa abordou temas centrais para o futuro sustentável da Região da Campanha e Fronteira Oeste. O evento é promovido pela Prefeitura de Bagé, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDI), e conta com o apoio da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), da Universidade da Região da Campanha (Urcamp), da Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba) e do Corede Campanha.

Na parte da manhã foi realizada a cerimônia de abertura do evento, e em seguida o Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, dentro da iniciativa "Pacto RS 25: o crescimento sustentável é agora"  (FDR), promovido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

O presidente da ALRS, deputado Pepe Vargas, destacou a urgência das mudanças climáticas e a necessidade de investimentos em pesquisa, tecnologia e financiamento para enfrentar esses desafios. Ele enfatizou que a transição energética, como a substituição do carvão por fontes renováveis como a energia eólica, requer apoio financeiro significativo.

Na oportunidade também foram discutidas alternativas para diversificar a produção na Metade Sul, como a vitivinicultura e a olivicultura, que estão ligadas ao turismo, além disso, a necessidade de políticas públicas voltadas à transição ecológica na agropecuária, incluindo a formação de cooperativas de crédito de carbono e o incentivo à agroindustrialização.

Para o prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, o processo de distribuição da receita prejudicou nossa região e com a nova reforma tributária, o tempo deverá ajustar essa situação. “As cidades de fronteira vêm perdendo população para outros municípios e até para outros estados. É a consequência de um processo de esvaziamento das receitas municipais. Temos o carvão, e deveremos passar por uma transição energética para a energia eólica. Mas, precisamos de um tempo. Inclusive para implementar os sistemas de verticalização econômica, em que se produz e se transforma o produto no mesmo local”.

A vice-reitora da Unipampa, Franceli Brizolla, destacou a importância das políticas públicas que promovem alternativas de desenvolvimento sustentável. A vice-reitora da Unipampa, Francéli Brizolla, destacou a importância da construção de políticas públicas que promovem alternativas de desenvolvimento sustentável. “A Unipampa é uma universidade relativamente jovem. Quando o presidente Lula esteve aqui, em 2005, e realizou o anúncio de criação de uma universidade pública federal, a partir de sua visão educadora, sentimos os efeitos concretos dessa iniciativa que foi resultado de todo um movimento de base popular. Esses efeitos se manifestam, primeiramente, na esfera privada da vida das pessoas que aqui vieram residir, trabalhar e estudar, de Jaguarão a São Borja. Mas, hoje, sabemos que a política pública de educação garante muito mais que a transformação das vidas - garante a transformação social e coletiva. E, assim, no mesmo sentido, a Unipampa se coloca para colaborar com este ciclo de transição energética, climática, humana e social, com a sustentabilidade e com a inovação pois têm, em seu projeto político e pedagógico, o compromisso com o desenvolvimento da região. As condições para colaborar com esse grande projeto social e político, coletivo, se dá pelas funções da própria Universidade - geração e difusão de conhecimentos, extensão e caráter público."

A parte da tarde abriu com o painel “Potencialidade Energética Regional”, com a mediação do professor da Unipampa, Enoque Garcia, e a participação de alunos e docentes do Curso de Engenharia de Energias do Campus Bagé.  Em seguida, o professor da Unipampa, Ivanir Petrarca do Santos, integrou o painel “Incubadoras e Ecossistemas de Inovação”, com mediação do professor da Urcamp, Leandro Pires. O encerramento do primeiro dia teve uma apresentação no Bosque do Palacete Pedro Osório, no Arraial da Cultura, com os músicos Guilherme Collares e Rodrigo Collares.