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Data de publicação 24/07/2019 - 14:00 Atualizado em: 24/07/2019 - 14:00 557 visualizações

ACS entrevista Rosana Soibelmann Glock, candidata ao cargo de reitora da Unipampa

A Assessoria de Comunicação Social (ACS) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) dá sequência a publicação das entrevistas com os candidatos ao cargo de reitor(a) da instituição. O objetivo é conhecer as propostas dos docentes que participam do processo de Consulta à Comunidade Acadêmica, que ocorrerá no dia 28 de agosto de 2019, das 9h às 21h, nos dez campi e reitoria da Universidade.

De acordo com o sorteio realizado presencialmente no dia do debate entre os candidatos, em 09 de julho de 2019, no Teatro Prezewodowski, na cidade de Itaqui, a segunda entrevista a ser publicada é com a professora Rosana Soibelmann Glock, da Candidatura nº 01 - Rosana Soibelmann Glock.

As perguntas são idênticas para todos os concorrentes, enviadas ao mesmo tempo e com igual prazo de retorno. As respostas são de inteira responsabilidade dos candidatos, publicadas na íntegra e sem edições por parte da ACS.

 

ACS: Por que a senhora decidiu pela candidatura a reitora da Unipampa?

Rosana Glock: Há um desgaste enorme das relações acadêmicas e da relação com a comunidade que nos abriga, e da qual fazemos parte. Quando gestores vão a público dizer que o contigenciamento de verbas provocará queda na qualidade do ensino na Unipampa, me sinto envergonhada. Nunca, jamais, em hipótese alguma, prejudicaremos a qualidade do nosso processo em função de mais ou menos verbas. É urgente mudarmos o paradigma sobre a Universidade Pública. Quero fazer parte desta mudança, que é tão necessária.

 

ACS: Caso seja a escolhida, quais serão os principais eixos de seu plano de gestão?

Rosana Glock: Nós precisamos de governança social protagonista e proativa. Liderarei o processo de construção de ambas, com a plena participação de todos os atores. Precisamos profissionalizar e modernizar a gestão, garantindo o caráter democrático e o bem estar, com genuína consideração. Precisamos estar focados em nossos ativos estratégicos e atingirmos um nível otimizado de credibilidade gerencial. Vamos fazer a nossa parte, para podermos negociar com êxito e conseguirmos o que nos falta, inclusive verbas.

 

ACS: Como pretende articular o tripé: ensino, pesquisa e extensão?

Rosana Glock: São indissociáveis e precisam permear toda a formação acadêmica, desde a primeira atividade do primeiro dia dentro da Unipampa, até a colação de grau. Esta articulação é responsabilidade de todos nós. Mas, para efetivamente acontecer, precisamos de metodologia científica como componente curricular do primeiro semestre para todos nossos cursos; mapeamento de processos por semeste letivo; com inovação, empreendedorismo, integridade, política e internacionalização permeando e fluindo neste tripé.

 

ACS: Na área da pesquisa e pós-graduação, como a senhora pretende administrar a crise de investimentos para continuar produzindo conhecimento e contribuindo para a formação de uma sociedade melhor?

Rosana Glock: Falar em crise faz parte da história desde a criação oficial da primeira universidade federal em 1920 (que já iniciou com cinco anos de atraso, por causa disso). Vamos sair deste paradigma. Em vez de administrar a crise, precisamos administrar a realidade que se apresenta, com todas as oportunidades e busca de soluções efetivas para os desafios que temos. É compromisso da Unipampa, como função primordial, a construção de conhecimento para transformar e melhorar o mundo em benefício da sociedade.

 

ACS: Como a senhora pretende enfrentar os maiores problemas que afetam a Unipampa?

Rosana Glock: Na administração pública, os maiores problemas são os visíveis para a sociedade nas atividades-fim e precisamos resolvê-los em conjunto. Nossa maior riqueza institucional está em recursos humanos. Precisamos de bem estar e motivação, para conseguirmos transformar a cultura da Unipampa, modificarmos nossa imagem, fortalecermos nossa marca e, então, articularmos em coerência à administração central, para que tenhamos boa base operacional, principalmente orçamentária, para suprimentos e patrimônio.

 

ACS: Como pretende trabalhar a questão da evasão/retenção na graduação?

Rosana Glock: A articulação com as escolas de toda região de abrangência da Unipampa, através de atividades de extensão e ação comunitária, ajuda os estudantes do final do ensino fundamental e do ensino médio, para escolhas mais pensadas de acordo com seus melhores interesses. Este planejamento de vida e de carreira pode contribuir verdadeiramente para diminuição da evasão. O envolvimento desde o início do curso com as atividades acadêmicas, ajuda muito na permanência. “Retenção” não; Unipampa não é prisão.

 

ACS: Quais suas propostas para a Assistência Estudantil?

Rosana Glock: A política de assistência estudantil é importantíssima, inclusive em termos orçamentários para permanência. E mais: Acadêmicos são nossos usuários; seu dia-a-dia deve ser agradável. Eles precisam de apoio, suporte; nós devemos ter no primeiro semestre de cada curso nossos melhores professores. Além do conteúdo programático, devem acolher, apoiar na transição do ensino médio para a vida acadêmica. Precisamos mais ações preventivas dos NUDEs e envolvimento muito próximo dos coordenadores de curso.

 

ACS:  Qual sua ideia sobre os recentes comentários por parte da equipe do Governo Federal de tirar a gratuidade das Pós-Graduações?

Rosana Glock: A universidade pública não é gratuita; a sociedade paga, e bem caro, para que os estudantes não precisem desembolsar dinheiro. Em 1985 fiz dois cursos de especialização em universidade pública, ambos pagos por mim. Em 1998 fui aprovada em segundo lugar para o mestrado em administração e não tive dinheiro para fazer, somente o primeiro classificado ganhava bolsa. Atualmente temos universidades públicas que cobram por cursos. Precisamos estratégias e critérios claros para bolsas a quem necessite.

 

ACS: Como a senhora vê a questão da autonomia universitária no atual contexto brasileiro?

Rosana Glock: Estamos em um momento histórico muito importante. É chegada a hora da efetiva autonomia, tão sonhada desde a época do Império, quando os primeiros cursos superiores financiados pela administração central começaram, dando origem, mais tarde, às universidades federais. Atualmente o reitor faz uma intermediação, tem um papel cumpridor a partir das deliberações do CONSUNI (que, de fato, manda) e deve ser um facilitador da gestão pública. Os controles precisam seguir regras, mas também são internos.

 

ACS: Tornar a Unipampa uma instituição reconhecida pela sua qualidade é uma meta comum de toda a comunidade acadêmica. Como pretende dar mais visibilidade à Unipampa?

Rosana Glock: A comunicação é chave, com interação adequada, correta, integração socialmente útil. Precisamos mapear nossos processos, trabalharmos internamente nossa cultura institucional, construirmos nossa cadeia de valor e então, agirmos com credibilidade gerencial e responsabilidade política. E isto não se aplica só a reitoria, mas a todos os servidores. Fico chocada quando gestores afirmam publicamente que nossa qualidade vai ser diminuída ou dizem que a Unipampa vai parar, fechar as portas. Nem pensar!

 

ACS: Os recentes contingenciamentos das verbas universitárias foram pauta de muitas discussões dentro e fora da academia. Sobre o tema, como o senhor pretende fazer a Unipampa crescer ainda mais, mesmo com essa diminuição no orçamento?

Rosana Glock: A solução mais rápida para resolvermos os recentes contingenciamentos é fazermos nossa lição de casa: Precisamos regularizar a Unipampa, colocar nossa Universidade em ordem. Há normativas que não estamos cumprindo. Chega de sermos reativos. Vamos agir proativamente. Assim, poderemos negociar melhor com a administração central. Nós somos parte do Poder Executivo do Governo Federal. O MEC não é contra nós; nós fazemos parte do MEC. Para crescer, nós temos todas as ferramentas, vamos adiante. Ação.

 

ACS: É de conhecimento da comunidade acadêmica a carência de acessibilidade nas unidades universitárias. Levando em conta os escassos recursos disponíveis para investimento na Unipampa, como a senhora pretende aprimorar as condições para pessoas com deficiência?

Rosana Glock: Quanto a infraestrutura, mesmo com recursos escassos, adequação às normativas da ABNT sobre acessibilidade deve ser prioridade absoluta. Além disso, precisamos investir no fator humano. Isso requer boa vontade da comunidade acadêmica e uma cultura de inclusão, que envolve respeito e acolhimento a pessoas com capacidades diferentes. Inclusão não é discurso, é prática cotidiana. Aceitar genuinamente cada pessoa como ela é, não só em relação a deficiências mas a qualquer condição humana diferente.

 

ACS: Quais as propostas inovadoras da sua candidatura?

Rosana Glock: Vamos transformar o paradigma de Universidade Pública. Vamos agir em conjunto, com participação plena (democracia) para fazermos da Unipampa um referencial de instituição federal de ensino de acordo com os mais elevados padrões internacionais. Vamos fazer isso com paz, em clima de bem estar, onde cada pessoa conte e ninguém seja invisível. Vamos ser mais generosos nas relações e também nas pontuações por participação em comissões e comitês, para fins de progressão. Boa vontade e reconhecimento.

 

ACS: Por que a comunidade acadêmica deve escolher pela sua candidatura?

Rosana Glock: Tenho formação e capacidade, sei que posso contribuir para a mudança necessária, para melhorar a Unipampa. Sou uma voz diferente das outras candidaturas. Estou a disposição para me dedicar integralmente pelos próximos quatro anos. Meus filhos já são adultos, casados, profissionais bem sucedidos. Tenho tranquilidade e maturidade para liderar a nossa transformação, para que possamos efetivamente responder à expectativa que motivou a criação da Unipampa em benefício de nossa região de abrangência.