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Campus Uruguaiana da Unipampa é participante do Projeto Rede FiBRA-RS: Fisiopatologia e Biotécnicas da Reprodução Animal
Data de publicação 17/11/2022 - 14:42 Atualizado em 17/11/2022 - 15:01
Por Tatiana de Oliveira Petry

Por meio do Edital 06/2021, a FAPERGS – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul selecionou propostas de projetos que constituíssem “Redes Inovadoras de Tecnologias Estratégicas do Rio Grande do Sul”, com potencial de aplicação para o desenvolvimento econômico e social do RS.

O projeto “Rede FiBRA-RS: Fisiopatologia e Biotécnicas da Reprodução Animal” que foi constituído a partir do diálogo entre diversos pesquisadores, majoritariamente da área de medicina veterinária, foi uma das propostas selecionadas no referido edital para apoio financeiro.

As propostas aprovadas no edital têm prazo de execução de 48 meses e têm como condição a constituição de uma rede de colaboração entre pesquisadores de diferentes regiões do Rio Grande do Sul visando o endereçamento de questões que favoreçam o desenvolvimento do RS. Também é estimulada a interação entre pesquisadores jovens e consolidados.

Com a coordenação geral de Paulo Bayard Dias Gonçalves, Med. Vet., PhD, Professor Titular Livre e Pesquisador 1A do CNPq, o projeto Rede FiBRA-RS integra pesquisadores de diversas instituições e diferentes regiões do RS. 

A participação do Campus Uruguaiana da Unipampa no projeto se configura por meio da participação do Prof. Fernando Silveira Mesquita, Med. Vet., PhD, professor adjunto no Campus Uruguaiana.

O escopo do projeto Rede FiBRA-RS, relevância, objetivos, bem como a menção dos resultados esperados com a execução do projeto foram detalhados pelo prof. Fernando Silveira Mesquita, sendo divulgados para a comunidade a seguir.

Mesquita explica que o projeto Rede FiBRA-RS: “foi elaborado a partir de ‘gargalos’ identificados nos sistemas de produção, mais especificamente nos aspectos relativos ao manejo reprodutivo". Esses aspectos, "limitam o desempenho econômico e avanço genético de espécies domésticas de produção (bovinos, ovinos e suínos)”, detalha Mesquita. É um projeto “diretamente relacionado ao setor produtivo – PECUÁRIA” e que “foca nas características dos animais criados no RS”. O projeto envolverá experimentos/estudos, onde “cada experimento será conduzido, de acordo com as suas particularidades, em propriedades rurais parceiras e/ou laboratórios de pesquisa coordenados pelos membros do projeto, por alunos de pós-graduação oriundos dos grupos participantes”.

A respeito do apoio financeiro obtido, Mesquita especifica que será usado principalmente para a compra de insumos, tais como: hormônios para manipulação endócrina de ciclo estral, serviços de terceiros para a realização de dosagens hormonais, análises genômicas, produção de dispositivo de liberação hormonal lenta e reagentes para análises laboratoriais moleculares. Uma pequena parte será usada para bolsa para pós-doutorando e para aquisição de equipamentos pontuais.

Mesquita explica ainda que os pesquisadores participantes desse projeto, com a constituição dessa rede de colaboração, buscarão, através dos experimentos e estudos propostos: “validar estratégias para o controle do ciclo estral de fêmeas suínas sem uso de progesterona e estrógeno (contornar restrições de mercado); estabelecer estratégia para induzir vacas taurinas a múltiplas ovulações com melhor resposta de produção embrionária; identificar estratégia de manipulação farmacológica que possibilita o melhor aproveitamento de fêmeas bovinas para receber embrião; identificar bovinos geneticamente mais resistentes ao calor; identificar os efeitos das temperaturas elevadas sobre o desempenho reprodutivo de fêmeas bovinas; determinar o impacto do parasito Neospora caninum nos gametas de fêmeas positivas para o agente no uso das tecnologias de reprodução assistida; determinar as variantes de vírus que afetam o desempenho reprodutivo, em bovinos leiteiros de diferentes mesorregiões do Rio Grande do Sul; estabelecer uma nova abordagem para fêmeas ovinas reproduzirem em época desfavorável do ano; desenvolver fármaco capaz de induzir a ovulação de bovinos”.

Desse modo, como resultados esperados com a execução/desenvolvimento do projeto Mesquita relaciona: “geração de conhecimento científico; consolidação da carreira científica de jovens pesquisadores pela interação com pesquisadores consolidados; consolidação de rede de colaboração; 13 programas de pós-graduação beneficiados; elaboração de dispositivo intravaginal específico para suínos; elaboração de protocolo hormonal livre de esteroides para controle do ciclo estral de fêmeas suínas; elaboração de um protocolo de superovulação customizado para fêmeas bovinas, com potencial de adoção pelos técnicos e empresas da área; identificar a melhor estratégia para preparação de receptoras bovinas, contornando um dos principais gargalos na multiplicação de genética superior; gerar patente referente a indutor de ovulação; estabelecer protocolo para indução de ciclicidade em ovinos, para aplicação na intensificação da ovinocultura; gerar uma patente referente ao uso de veículos de liberação lenta de fármacos; identificar os efeitos do estresse térmico sobre parâmetros fisiológicos e reprodutivos, fornecendo subsídio para novos estudos para evitar e/ou contornar efeitos negativos; identificar características fenotípicas e genotípicas associadas com maior termotolerância, as quais poderão ser incorporadas aos programas de seleção e melhoramento animal; criação de uma startup com foco no desenvolvimento e aprimoramento de produtos relacionados à reprodução animal”.

Sobre a relevância do projeto destacou que: “A presente proposta está em consonância com importantes demandas atuais da sociedade e do setor produtivo. A maior eficiência das biotécnicas da reprodução e, consequentemente, a maior disseminação de animais com genética superior e mais adaptados às condições das criações da região Sul terá impacto direto na diminuição dos impactos da produção animal sobre o meio ambiente. Essa abordagem tem como principal premissa a produção mais eficiente, com menos recursos e preservando o bem-estar animal. A elaboração de novos produtos para o controle do ciclo estral possibilitará atender as exigências de mercados que importam os produtos do nosso estado, bem como tornar as biotécnicas da reprodução mais acessíveis a um maior número de técnicos e propriedades rurais. Considerando a relevância do agronegócio para o PIB gaúcho, todas as medidas que tornam a produção animal e vegetal mais eficiente, possuem impacto imediato na arrecadação de recursos”.

Destaca ainda que: “O município de Uruguaiana, assim como outros relevantes produtores de bovinos e ovinos, bem como aqueles com produção significativa de suínos, será diretamente beneficiado pelos resultados deste projeto. Ao alavancarmos a eficiência reprodutiva e a capacidade produtiva dos municípios, sem dúvida alguma, impulsionaremos o estado do RS. Os produtores se tornarão mais eficientes sempre que: alcançarem um controle mais preciso da resposta reprodutiva das fêmeas por meio de manipulação farmacológica; identificarem com mais eficiência reprodutores geneticamente superiores (ex.: animais mais resistentes ao calor); desenvolverem manejo sanitário adequado à realidade e ambiente dos seus rebanhos. Este projeto impactará positivamente todas essas potencialidades, contribuindo, portanto, diretamente para o avanço de municípios e estado”.

Finalizando sobre o contexto gerado pelo projeto e resultados esperados, Mesquita conclui: “A consolidação da Rede FiBRA como rede de pesquisa gaúcha gerará os seguintes impactos: aproximação dos produtores e qualificação da Rede para ampliar nossa capacidade de resolução dos problemas dos diferentes sistemas produtivos de espécies animais de produção; ampliação da nossa capacidade de formação de pessoas pelo envolvimento de discentes de pós-graduação com problemas relevantes e de aplicação direta ao campo; qualificação da formação de recursos humanos à medida que gera um ambiente interativo muito mais amplo, envolvendo discussão e aprendizado entre diversos especialistas; consolidação das nossas instituições e programas de pós-graduação no cenário nacional e internacional a partir da publicação de artigos em revistas científicas de alto impacto; desenvolvimento tecnológico e do empreendedorismo na área de reprodução animal a partir do desenvolvimento de produtos e criação de uma startup para gerenciar esse processo; otimização da infraestrutura já existente pelo compartilhamento de equipamentos e expertise dos membros dos diferentes grupos de pesquisa envolvidos”.

Equipe:

- Paulo Bayard Dias Gonçalves, Med. Vet. PhD, Professor Titular Livre; Pesquisador 1A do CNPq; (COORDENADOR)

- Fernando Pandolfo Bortolozzo, Med. Vet. Doutor, Professor Titular, UFRGS. Pesquisador 2 do CNPq;

- Thomaz Lucia Junior, Med. Vet. PhD, Professor Titular UFPel; Pesquisador 2 do CNPq;

- Luiz Francisco Machado Pfeifer, Med. Vet. Doutor, Pesquisador A, Embrapa, Unidade Rondônia; Pesquisador 2 do CNPq;

- Augusto Schneider, Med. Vet. Doutor, Professor Associado UFPel; Pesquisador 2 do CNPq;

- Fernando Flores Cardoso, Med. Vet. PhD, Pesquisador e Chefe Geral da Embrapa Pecuária Sul; Pesquisador 1B do CNPq;

- Bernardo Garziera Gasperin, Med. Vet. Doutor, Professor Associado UFPel;

- Valerio Valdetar Marques Portela Junior, Med. Vet. Doutor, Professor Associado UFSM;

- Monique Tomazele Rovani, Med. Vet. Doutora, Professora Adjunta UFRGS;

- André Gustavo Cabrera Dalto, Med. Vet. Doutor, Professor Adjunto UFRGS;

- Rafael da Rosa Ulguim, Med. Vet. Doutor, Professor Adjunto UFRGS;

- Ana Paula Gonçalves Mellagi, Med. Vet. Doutora, Professora Adjunta UFRGS;

- Fernando Silveira Mesquita: Med. Vet., PhD, Professor Adjunto Unipampa Uruguaiana;

- Lígia Margareth Cantarelli Pegoraro, Med. Vet. Dra. pesquisadora Embrapa Clima Temperado.

- José Mario Barichello, Farmacêutico Doutor, professor Adjunto UFPel;

- Geferson Fischer, Med. Vet. Doutor, Professor Associado UFPel;

- Rogério Ferreira, Med. Vet, Doutor, Professor Adjunto UDESC;

- Gustavo Desire Antunes Gastal, Med. Vet., PhD, Pesquisador Instituto Nacional de Investigação Agropecuária- Uruguai;

- Joabel Tonellotto dos Santos, Med. Vet. Doutor, IFFAR-Frederico Westphalen;

- Juliana Sarubbi, Med. Vet. Doutora, Professora Associada UFSM;

- Juliana Germano Ferst, Med. Vet. Doutora, pesquisadora de pós-doutorado na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (USP);

- Ivan Bianchi, Med. Vet. Doutor, Professor IFC-Araquari;

- Rafael Gianella Mondadori, Med. Vet. Doutor, Professor Associado UFPel;

- Arnaldo Diniz Vieira, Med. Vet. Doutor, Professor Adjunto UFPel.

 

* Todas as informações sobre o projeto Rede FiBRA-RS: Fisiopatologia e Biotécnicas da Reprodução Animal foram fornecidas pelo Prof. Fernando Silveira Mesquita