Campus Dom Pedrito

A Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Campus São Gabriel, está produzindo máscaras com impressora 3D para auxílio no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A ideia de confeccionar os protetores faciais surgiu do professor Felipe Pinheiro, que, após pesquisas, chegou às “faceshields”, um tipo de máscara feita de plástico ABS e acetado transparente e que oferece maior proteção ao usuário. Até o momento, já foram doadas 95 máscaras, sendo metade para Santa Casa de Caridade de São Gabriel e o restante para Secretaria Municipal de Saúde destinar aos postos de saúde e unidades de atendimento do município.

Para a produção, o Campus possui uma impressora 3D trabalhando na confecção de máscaras de proteção. Esta impressora era utilizada por acadêmicos e possui a capacidade de produção de cerca de 50 máscaras por semana, variando conforme o tempo dedicado à atividade. O processo consiste basicamente em imprimir o suporte para a cabeça na impressora 3D e cortar o material plástico que fica na frente do equipamento.

Segundo Felipe Pinheiro, a vantagem deste tipo de máscara é a proteção das mucosas da face, principalmente as que os demais modelos utilizados não protegem, como as mucosas oculares. “Este modelo tenta evitar o contágio do vírus via mucosas oculares. Portanto, são máscaras de eficácia comprovada e amplamente utilizadas”, afirma o professor.

A diretora do Campus, Ana Júlia Senna, informou que há solicitações de máscaras por outras instituições de São Gabriel e também de outros municípios da região, como Bagé, que possui maior índice de contágio, Caçapava do Sul e Rosário do Sul. Com essa resposta da comunidade, Felipe Pinheiro acredita que a ação “está tendo um impacto muito positivo na região de São Gabriel, pois já são cerca de 100 máscaras circulando na cidade e, em um munícipio da proporção de São Gabriel, de 60 mil habitantes, é um número considerável”, conclui.

Ação colaborativa

O custo médio de produção da máscara 3D é de R$ 7,00. Esse valor, conforme relata o professor Felipe Pinheiro, teve ampla variação, pois com a pandemia alguns insumos foram superfaturados, principalmente o acetato, que chegou a triplicar de valor se comparado ao preço praticado antes do cenário atual. Por isso, os envolvidos no projeto se depararam com um problema: a falta de alguns materiais para a produção das máscaras.

As primeiras máscaras foram produzidas com materiais disponíveis nos laboratórios do Campus São Gabriel. As demais máscaras foram confeccionadas graças a doações, principalmente dos professores do próprio Campus, que se dispuseram a colaborar com a ação.