Campus Jaguarão

Por Andriel Martinez, Flávia Caroline, Franceli Couto e Sofia Viero

Dando continuidade à programação do 15º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), foi realizada, na manhã desta quarta-feira, 29, a Mesa Redonda Novos Rumos da Educação. Participaram da mesa os professores Maria Beatriz Luce, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e reitora pro tempore para a implantação da Unipampa, de 2008 a 2011, Maria de Fátima Cóssio, pró-reitora de Graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Claudete Lima Martins, pró-reitora de Graduação da Unipampa e Marcos Mesquita, da Escola Estadual Nossa Senhora da Assunção e Instituto Estadual de Educação Dinarte Ribeiro, com a mediação do professor Marcio Martins, do Campus Caçapava do Sul da Unipampa.

Em sua fala, a professora Maria Beatriz Luce abordou temas como a educação como bem público e direito de todos, além da equidade, ou seja, igualdade de condições de acesso à educação e sua democratização. Sobre os novos rumos da educação, foram mencionados tópicos como a busca de avanço na luta contra os retrocessos nas políticas públicas e também nas garantias de democracia e direito de educação para todos.

A professora Maria de Fátima Cóssio falou sobre a luta permanente pela consolidação nos espaços de democracia, inclusive na educação, onde avanços dividem espaço com retrocessos. Mencionando a fala de Maria Beatriz, Maria de Fátima também abordou a questão da equidade, que, para além da educação, também deve abranger as desigualdades sociais. A professora também mencionou as dificuldades de permanência de estudantes nas universidades públicas, agravadas pelo aumento da pobreza e vulnerabilidade da população durante a pandemia da Covid-19. Problemas como dificuldade de leitura e questões de saúde mental também foram apontados como motivadores de evasão dos acadêmicos.  

A respeito dos novos rumos na educação, Maria de Fátima defendeu a ampliação de espaços de participação democrática nas universidades na elaboração de políticas institucionais, o acompanhamento dos indicadores acadêmicos, não como uma lógica de política de resultados, mas para entendimento da realidade, a divulgação dos cursos, a diversificação e ampliação dos processos seletivos, a agilização de processos de matrícula, a revisão e atualização dos projetos pedagógicos dos cursos, além da formação continuada de professores.  

O professor Marcos Mesquita falou sobre a interferência das organizações privadas nas instituições públicas. Ele declarou que a ajuda é bem-vinda, porém que seja feita de modo que traga a ideia de libertação em vez de aprisionamento, 

A professora Claudete Martins mencionou as Metas 8 e 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), que falam, respectivamente, sobre o aumento do tempo de escolaridade da população e da expansão do ingresso na Educação Superior. 

Respondendo a uma pergunta sobre os rumos dos cursos superiores a distância, a professora Maria de Fátima Cóssio falou sobre uma proposta de regulação mais forte em relação aos cursos EaD por parte do Ministro da Educação Camilo Santana devido à crescente mercantilização da Educação a Distância, o que tem causado, inclusive, uma resistência na expansão da EaD nas universidades públicas.

A mesa redonda foi transmitida ao vivo e está disponível no canal da Unipampa no YouTube.

Segundo dia é reservado às apresentações de trabalhos de bolsistas Fapergs, CNPq e Capes

Nesta quarta-feira, 29, foi a vez dos bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) apresentarem os resultados de seus trabalhos. As apresentações orais ocorreram nas salas de aula do Prédio Acadêmico Administrativo Professora Daniela de Rosso Tolfo. Já as exposições de pôsteres foram realizadas no Lonão.

O professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Leandro Souza da Silva, que é um dos avaliadores do CNPq, conta que escolheu as salas que tinham apresentações ligadas à área das Ciências Agrárias, que é a de sua formação. “A gente vê uma similaridade muito grande com aqueles trabalhos que a gente acompanha na Universidade de Federal de Santa Maria”, conta. Outro ponto que o avaliador destaca é o “caráter de buscar soluções para os problemas locais”. Para Silva, “existe uma preocupação que esses trabalhos respondam aos anseios que a comunidade precisa responder, perguntas que precisam responder ou temas que são importantes do ponto de vista local”. Para o avaliador, “as apresentações foram bem interessantes. O evento é um sucesso”.

Conforme Felipe Valandro, professor do Departamento de Odontologia da UFSM e avaliador do CNPq, houve uma surpresa com o nível dos trabalhos apresentados, que demonstra um grau de maturidade que a Instituição vem adquirindo. “O nível intelectual alto dos alunos de iniciação científica demonstra todo esse contexto de maturidade científica que a Instituição adquiriu ao longo dos anos”, afirma. O pesquisador conta ainda que foi surpreendido muito positivamente com o modo que os avaliadores se posicionaram: “de uma forma muito crítica positiva para com os alunos. Isso demonstra também esse grau de comprometimento dos docentes com a formação do pensamento crítico”.

Oficinas e minicursos integram participantes dos dez campi e comunidade externa

O 15º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) conta com oficinas e minicursos promovidos para integralizar o vínculo entre a comunidade acadêmica de todos os campi, que estão presentes para a apresentação de trabalhos dos dias 28 a 30 de novembro, no Campus Caçapava do Sul. 

A programação dos minicursos e palestras dispõe de opções diversas: Oficina de Escalada e a Corrida de Orientação, Clique Cósmico: Aprenda a Fotografar o Espaço Noturno, Oficina de Aerolevantamento, Visita na Toca das Carretas, Explorando Narrativas Não Lineares: Construindo Experiências Interativas, Visita na Pedra do Segredo e Programa Arborização Urbana e uso de tecnologias para popularização científica.

Guilherme Marques, aluno bolsista e um dos organizadores da Oficina de Escalada, mencionou sobre a participação do público. A atividade dissipou o interesse sobre o esporte entre a comunidade discente e docente. O escalamento possui bastante relevância na cidade de Caçapava do Sul, devido às condições geográficas favoráveis da região. 

O professor Vinicius Matte, que ministra aulas no curso de Geologia, foi responsável por promover a Corrida de Orientação durante o período da tarde. O programa contou com a explicação de como se localizar pelo campus e dispôs da interação física com o território da Unipampa. 

Daliane Andreis, que estuda Farmácia na Unipampa no Campus de Uruguaiana, destacou que as atividades disponíveis pelas oficinas e minicursos são uma oportunidade de conhecer melhor as áreas para além da sua graduação. Segundo ela, os alunos aprendem e expandem seus conhecimentos, enquanto compartilham suas produções e experiências acadêmicas durante as apresentações no Siepe.

Planetário móvel da Unipampa traz atrações para comunidade acadêmica e externa

O planetário móvel da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) também marca presença no 15° Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe). A atração está disponível para as escolas do município de Caçapava do Sul, que entraram em contato com a direção do Campus Caçapava e, também, para a comunidade acadêmica participante do Siepe, durante os dias de evento.

Até esta quarta-feira, 29, já passaram seis turmas de alunos do ensino fundamental de escolas de Caçapava do Sul. Segundo a técnica de laboratório e responsável pelo planetário móvel, Cecília Irala, somando com os participantes do Siepe, já são mais de 200 pessoas que tiveram a oportunidade de prestigiar uma experiência imersiva no ensino de astronomia.

A professora Elisangela Luz levou sua turma de alunos para prestigiar a atração. “Muitos alunos não conheciam a Unipampa e nem sabiam o que era um planetário”, contou. Ela afirmou que esse tipo de iniciativa é muito importante para as crianças. 

O planetário ficará disponível para visitação até quinta-feira, 30. Com sessão aberta para o público do Siepe às 11h e às 11h30 horas.