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Data de Publicação 25/09/2015 - 16:07 Atualizado em 25/09/2015 - 17:41 3057 visualizações

Campus São Borja realiza Semana de Surdos

As atividades são alusivas ao Dia Nacional dos Surdos, comemorado em 26 de setembro
Por Franceli Couto Jorge

Entre os dias 21 e 23 de setembro, a cultura surda esteve em foco durante a 1ª Semana de Surdos: cidadania em prática, realizada no Campus São Borja da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). O evento contou com a organização da professora de Libras, Keli Krause.

Na primeira noite do evento, foram tratados temas como “Infância surda: importância da família” e “O papel do tradutor e intérprete de Libras”, respectivamente, pela professora Ana Paula Lara Gomes, e pela intérprete de libras, Roberta dos Santos Messa, ambas da Unipampa, Campus Alegrete.

Professora surda, Ana Paula Lara Gomes, do Campus Alegrete ministrando a palestra “Infância surda: importância da família"

No dia 22, foram apresentados assuntos como educação inclusiva, aquisição da língua portuguesa pelo surdo e relatos de experiências. A professora Alessandra Klein, do município de Horizontina, abordou as ações pedagógicas voltadas à inclusão deste público. Já a professora Naulise Gazola, de Itaqui, explicou o processo de aquisição da língua portuguesa pelo surdo. Por último, Lucas Bourscheid e Alessandro Dacas contaram sobre suas experiências de vida e do trabalho inclusivo.

Da esquerda para a direita: Lucas Bourscheid, Naulise Gazola, Keli Krause, Alessandra Klein, Bruna Todeschini (intérprete voluntária de libras) e Alessandro Dacas

O encerramento da 1ª Semana de Surdos: cidadania em prática foi marcado pela Caminhada do Setembro Azul. Participaram alunos de diferentes cursos da Unipampa, família de pessoas surdas e profissionais da educação básica.

  Caminhada no centro de São Borja referente ao Setembro Azul, mês em que se comemora o Dia Nacional dos Surdos

Caminhada do Setembro Azul destaca a importância da difusão de Libras e a cultura surda / Foto: Divulgação

 

Keli considera importante a comemoração do Dia do Surdo para que, neste momento, a Sociedade Brasileira tenha mais uma oportunidade de receber informações sobre a Comunidade Surda.

A docente acredita que no município de São Borja ainda há um desconhecimento da Língua de Sinais. Por isso, “estão aparecendo os primeiros trabalhos, avançando os pampas”, afirma. “A caminhada de Setembro Azul mostrou à sociedade – para ver e entender – a importância da difusão de Libras e a cultura surda”, destaca.

 

Setembro Azul: o que representa?

Keli Krause explica que a comunidade surda passou por diferentes momentos históricos desde a exclusão deste público da sociedade até a proibição do uso das línguas de sinais na educação de surdos no mundo, em setembro de 1880, durante o Congresso de Milão. Este foi o marco histórico que definiu o mês de setembro como representativo da comunidade surda.

Já a representação do laço de fita na cor azul foi devido ao uso deste símbolo pelo Dr. Paddy Ladd, que participou do XIII Congresso Mundial de Surdos na Austrália, durante a cerimônia que faz lembrança às vítimas surdas da opressão e autismo. A cor escolhida também faz uma homenagem às pessoas surdas que morreram na Alemanha durante o nazismo, pois eram identificadas com uma faixa azul amarrada ao braço.

“A comunidade surda ainda escolheu a cor Azul Turquesa, por ser uma cor 'viva' para representar o SER SURDO, por não termos vergonha de sermos surdos, pois nós temos a nossa própria Língua de Sinais, que faz parte da Cultura Linguística e, também, lutamos para sermos respeitados pela Sociedade Brasileira”, completa a docente.

 

Datas comemorativas de surdos no mês de setembro:

- Dia Internacional das Línguas de Sinais, 10;

- Dia Nacional dos Surdos, 26;

- Dia Mundial dos Surdos, comemorado no dia 30.