Inquietações e os desafios docentes no ensino superior são abordados em palestra na abertura do semestre letivo no Campus Bagé
Na última sexta-feira, 17, o auditório do Campus Bagé, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), esteve lotado para a abertura do semestre letivo de 2023. A convidada para ministrar a palestra "A pesquisa, extensão e o ensino e as interlocuções com a docência no ensino superior" foi a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sandra de Deus.
A abertura do evento foi realizada pela equipe diretiva do Campus Bagé e contou com a participação de representantes da Comissão Local de Extensão (CLE) e da Comissão Local de Pesquisa (CLP), que compuseram a mesa de debate "O cenário da extensão e da pesquisa no Campus Bagé". Representando a CLE estiveram o professor Carlos Michel Betemps e a professora Cláudia Ângelo Laus. Já pela CLP esteve a professora Ana Paula Manera, atual pró-reitora adjunta de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Unipampa.
O diretor do Campus Bagé, professor Alessandro Bica, desejou as boas-vindas aos presentes e falou da felicidade do reencontro. O gestor ainda abordou as perspectivas para o ano letivo, incluindo as dificuldades orçamentárias da Universidade. Já o coordenador acadêmico, professor Fernando Junges, desejou um semestre produtivo e destacou que se trata de um momento de sensibilização para que se possa tomar ações no âmbito da pesquisa, do ensino e da extensão. "Precisamos olhar o horizonte e pensar o tipo de ações que podem ser feitas em cada uma das áreas para receber mais bolsas", afirmou o docente.
A fala de Junges foi ao encontro das apresentações realizadas por Michel Betemps e Ana Paula Manera, que mostram uma queda no número de projetos e, consequentemente, de bolsas. Betemps apresentou as ações cadastradas, número de coordenadores e a participação em editais de extensão nos últimos anos. Quanto ao PDA, o ex-coordenador da Comissão Local de Extensão afirmou que há apenas 14 ações cadastradas. Cláudia Laus, que é a atual coordenadora da CLE, colocou a Comissão à disposição para que os números se elevem.
Ana Paula trouxe os dados gerais da Universidade e do Campus Bagé, no âmbito da pesquisa. Dados de 2022 apontam 612 projetos de pesquisa cadastrados no SAP, sendo 71 de docentes do Campus Bagé. A pró-reitora adjunta também trouxe informações sobre número de coordenadores, propostas de iniciação científica cadastradas e contempladas, projetos de inovação e conceitos dos cursos de pós-graduação. Por fim, a docente destacou a Chamada Interna para cadastro e validação da produção científica, tecnológica, artístico-cultural e acadêmica para docentes da Unipampa, que está com prazo aberto até 10 de abril de 2023. O cadastro é essencial para a participação em editais e chamadas internas deste ano.
A pesquisa, extensão e o ensino e as interlocuções com a docência no ensino superior
A professora Sandra de Deus, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ministrou a palestra intitulada "A pesquisa, extensão e o ensino e as interlocuções com a docência no ensino superior". A mediação ficou por conta da professora do Campus Bagé, Vera Medeiros. A atividade teve como proposta o diálogo sobre algumas inquietações presentes no cotidiano docente e os desafios na área como a sobrecarga de trabalho, exigências das agências de fomento, pandemia, financiamento, curricularização da extensão e o modelo conservador da universidade.
Sandra destacou a importância do retorno presencial e refletiu sobre os momentos que as universidades vivem, que ainda são diferentes. Enquanto a Unipampa inicia o primeiro semestre letivo de 2023, a UFRGS ainda está com o segundo semestre letivo de 2022 em andamento. Além disso, Sandra afirma que a curricularização da extensão soa como algo complicado porque há medo da mudança. Sobre esse assunto, a pesquisadora reforça a importância de outro ente obrigatório, que é a comunidade. "A Universidade precisa ter um relacionamento com os diferentes segmentos da sociedade", enfatiza.
Ainda sobre o tema, Sandra diz que todos os alunos precisam cumprir a extensão, então, a mudança no currículo deve vir acompanhada de uma mudança de olhar. De acordo com a professora, os desafios estão: no interior e no exterior da universidade; na gestão; na trajetória institucional; na compreensão do papel formativo; na disponibilidade de cada um de nós; e na capacidade de aceitar as mudanças, reconhecendo que existem outros olhares. "Temos medo das mudanças, mas elas são necessárias para fazermos as transformações que queremos e entregarmos para a sociedade profissionais comprometidos", finaliza.
Em sua mediação, Vera Medeiros agradeceu a provocação feita pela docente e apontou algumas dificuldades para a extensão no pós-pandemia, especialmente, para os cursos noturnos. A discussão seguiu também com manifestações da plateia.
Sobre a palestrante
Sandra de Deus é professora titular do Departamento de Comunicação da UFRGS. Possui graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); especialização em Pensamento Político Brasileiro e mestrado em Extensão Rural, ambos pela UFSM. É doutora em Comunicação e Informação pela UFRGS.
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