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Projeto do curso de Serviço Social realiza acompanhamento no Bairro do Passo
Data de publicação 27/01/2023 - 08:56 Atualizado em 27/01/2023 - 08:56
Por Hamilton de Lima Souza

Divulgação de projetos de extensão e pesquisa da Unipampa São Borja: “Núcleo de Atendimento em Saúde Coletiva” realiza acompanhamento de casos de violência intrafamiliar, uso abusivo de álcool e outras drogas e adoecimento mental no Bairro do Passo

O Projeto de Extensão “Núcleo de Atendimento em Saúde Coletiva” é coordenado pelo Professor José Wesley Ferreira e conta com a participação de discentes do Curso de Serviço Social. O projeto se propõe a atender demandas relacionadas ao uso abusivo de álcool e outras drogas, adoecimento mental e violência doméstica e intrafamiliar da população residente no Bairro Passo, em São Borja.

O coordenador, José Wesley Ferreira, conta que o projeto surgiu em maio de 2022 - em decorrência da dificuldade de encontrar campos de estágio para os acadêmicos de Serviço Social. Inicialmente a ideia era implementar um Núcleo de Atendimento em Serviço Social na Unipampa e o serviço seria oferecido nas escolas, postos de saúde, centros de referência em assistência social e associações de moradores - localizadas no território do bairro do Passo. No entanto, logo no início da divulgação nesses espaços surgiram demandas de atendimentos vinculados a um posto de saúde e a partir disso a divulgação do serviço foi encerrada e as atividades do projeto passaram a se centrar no atendimento das demandas encaminhadas mediante visitas domiciliares, entrevistas e articulações intersetoriais.

Neste semestre (2022/02), José Wesley está ministrando a disciplina “Oficina de processos Interventivos em Serviço Social”, que tem 50% da carga horária prática, por isso, o professor propôs aos 20 estudantes que estão matriculados para realizarem intervenções e acompanhamentos de situações de evasão escolar, que foram encaminhadas por três escolas que se localizam no Bairro do Passo (Olavo Bilac, Tusnelda Lima Barbosa e Ubaldo Sorrilha da Costa). Além disso, a proposta é um laboratório de experimentação da inserção da extensão nos currículos, visto que a carga horária prática desse componente será transformada em carga horária de extensão a partir da curricularização em 2023/01.

Durante os acompanhamentos realizados pelos acadêmicos, por meio de visitas domiciliares, entrevistas realizadas na Unipampa, reuniões com professores e articulações intersetoriais, foram desvendados alguns determinantes da evasão escolar. No caso das meninas, a reprodução do papel socialmente atribuído ao gênero feminino se mostrou como um dos principais determinantes da evasão escolar, porque a maioria daquelas que estavam com infrequência escolar, também estavam em união estável e algumas já eram mães adolescentes na faixa etária entre 13 e 17 anos. Já os meninos eram impelidos desde muito cedo ao trabalho para satisfazer necessidades imediatas de sobrevivência o que tornava a frequência escolar uma atividade de segunda ordem de importância, porque trabalhar para contribuir com a subsistência familiar é a atividade mais necessária na vida dessas crianças e adolescentes.

Assim sendo, quando identificadas essas demandas, começou também a ser realizado um trabalho conjunto com as agentes comunitárias dos postos de saúde locais, com intuito problematizar projetos de vida com esses jovens casais e também para informar sobre os métodos contraceptivos. Em muitos casos a demanda inicial que se expressava na evasão escolar se tornava secundária diante de outras demandas mais urgentes como risco de gravidez na adolescência e violência doméstica, por isso, as intervenções passavam a ser direcionadas nessas demandas “desvendadas” que eram determinantes da evasão escolar.

As demandas atendidas pelos estudantes em 2022/02, não se encerraram no fim do semestre, porque são situações que seguem permanentemente sob acompanhamento dos serviços públicos que compõem a rede de proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Portanto essas situações vão seguir sendo atendidas junto ao núcleo de atendimento em saúde coletiva conjuntamente os CRAS do território sob acompanhamento do professor coordenador e de uma estagiária do Curso de Serviço Social.

De modo geral, o coordenador pontua de maneira reflexiva a dificuldade de instituir um Núcleo de Atendimento em Serviço Social na Unipampa “que decorre do fato de que apesar do Serviço Social ser considerado legalmente uma profissão liberal, existe uma dificuldade de instituir o atendimento na Unipampa mediante o oferecimento de um serviço à comunidade, porque geralmente as pessoas procuram o serviço do psicólogo, do médico, ou do advogado, mas não o serviço do serviço social. Quando a população procura o serviço social, essa procura ocorre indiretamente por meio da busca de serviços oferecidos por políticas públicas. Em decorrência disso, existe uma dificuldade em constituir o Núcleo de Atendimento em Saúde Coletiva que seja procurado pela comunidade na Unipampa e a estratégia do projeto tem sido se vincular aos equipamentos sociais da comunidade para prestar o atendimento à população”, afirma José Wesley Ferreira.

Por isso, o projeto de extensão contínua estabelecendo parcerias com a comunidade local, através do compartilhamento de demandas com os Postos de Saúde e os CRAS, e assim, disponibilizando serviços de atendimento e acompanhamento à população que precisa de intervenções sociais, com o intuito de contribuir para fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e evitar rompimento de relações.

Créditos: Assessoria da Direção

O projeto do curso de Serviço Social realiza acompanhamento da comunidade

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